Grupos de aviadores criam pistas para aviação em condomínios

Fundado há 20 anos por seis amigos, entre profissionais e amadores, o condomínio aeronáutico Fazenda Bonanza, localizado na região de Sorocaba (99 km de São Paulo), não surgiu para atender as necessidades do mercado.

Divulgação

Vista da Fazenda Bonanza, na região de Sorocaba (SP)

"Para entrar aqui, ter dinheiro não é o suficiente. Os interessados passam por um processo de seleção para verificarmos se ele se enquadra no perfil dos moradores do condomínio", afirma Gilberto Montenegro Costa Filho, presidente da Associação Recreativa Fazenda Bonanza.

Atualmente, a pista de 1 km de extensão é asfaltada e atende principalmente ultraleves, aeronaves antigas e de acrobacia.

São aproximadamente 30 unidades dentro do condomínio, onde o tamanho médio dos lotes é de 4 mil m². Cada um custa aproximadamente R$ 400 mil.

Por enquanto, as aeronaves operam apenas durante o dia, mas há interesse na operação noturna, segundo Costa Filho.

Quanto ao barulho, "faz parte da brincadeira", afirma. Mesmo assim, considera que o ruído das aeronaves não é tão alto como o de jatos.

De uso exclusivamente residencial, nunca houve incorporadora ou construtora por trás do projeto da Fazenda Bonanza.

APOSENTADOS

O Vale Eldorado, localizado em Bragança Paulista (85 km de São Paulo), também não visou o mercado.

Formado em 1989 e constituído principalmente por comandantes aposentados, o aeródromo se trata de "um empreendimento de lazer", avalia o administrador do condomínio, João Carlos Meme Ribeiro.

O preço do m² do Vale Eldorado é de R$ 120, e o condomínio é de R$ 300 para o hangar e R$ 180 para a casa.

NO BRASIL

Segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), existem 1.840 aeródromos civis privados no Brasil. A agência não tem dados para comparações anuais.

No Estado de São Paulo, eles totalizam 225, nenhum deles na capital.

Em termos nacionais, 42,6% das pistas de voo civis estão concentradas na região Centro-Oeste: 444 no Mato Grosso, 392 no Mato Grosso do Sul e 116 em Goiás.