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12/06/2012 - 14h10

Construtoras se adaptam aos novos casais

MARIA CECILIA MACIEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O perfil do jovem casal paulistano mudou. E o seu primeiro apartamento é bem diferente do que foi o de seus pais.

Com a falta de espaço nas grandes metrópoles, o tempo escasso e o adiamento da chegada dos filhos em razão dos estudos e da carreira, quesitos como maior metragem e quantidade de quartos já não são tão importantes. Localização, segurança e bem estar, no entanto, tornaram-se fundamentais nos projetos das construtoras, em qualquer faixa econômica.

"Nosso conceito de apartamento está amparado nos novos modelos familiares, menos rígidos do que há algumas décadas, quando as pessoas se casavam aos 20 anos. Hoje, o casal vai morar junto, fazer uma experiência para ver se dá certo", diz Luana Rizzi, diretora de marketing da Maxhaus --que oferece apartamentos de 70 metros quadrados cujas paredes podem ser erguidas conforme o desejo e a necessidade dos proprietários. "O espaço tem de ser mais livre, aproveitado de maneira inteligente, de acordo com o estilo de cada um."

TENDÊNCIA

Para Ricardo Laham, diretor de incorporação da Brookfield, o mercado imobiliário não induz a demanda, mas reconhece a tendência que marca o comportamento da família e da sociedade. "Os anseios hoje são outros. A mulher tem renda compatível com a do marido, e não só participa da escolha como toma decisões, permitindo-se colher os frutos de sua independência e de sua estabilidade econômica. Além disso, os jovens saem da casa dos pais mais tarde."

Segundo Laham, a Brookfield tem investido nos "DINKs" (sigla para "dual income, no kids"), segmento de mercado formado por casais com dois rendimentos e sem filhos, que inclui casais homossexuais --grupo com alto percentual de renda e alvo de ofertas de luxo.

Em São Paulo há uma profusão de empreendimentos para esse público. "Em áreas como Vila Madalena, Panamby, Itaim e Berrini, por exemplo, procura-se estar bem localizado. Mas os jovens compradores também se importam com arquitetura, fachada e design", diz Tatiana Kallas, diretora de incorporações da Kallas.

Seguindo o raciocínio, Luiz Felipe Carvalho, sócio-diretor da Idea Zarvos, escolheu a Vila Madalena para implantar um de seus empreendimentos de menor metragem, para casais ou "namoridos". "Criamos uma linha chamada Pop, que quer dizer 'prédio ótimo para'. São apartamentos mais caros, que levam em conta arquitetura e design."

Além da localização e layout, serviços especiais também pesam na balança do público A/B. No recém-lançado Ca'd'Oro, da Brookfield, no Baixo Augusta, o concièrge fala três idiomas e pode organizar toda a vida do casal -de faxina básica e entrega de documentos a agendamentos de cabeleireiro, reservas em restaurantes, cuidados com o bicho de estimação e até organização de festas e viagens de aventura.

UM QUARTO PARA DOIS

Os lançamentos de um dormitório em São Paulo tiveram um crescimento de 54% em 2011 em comparação ao ano anterior, segundo balanço do mercado imobiliário realizado pelo Secovi (sindicato de habitação). No centro, os lançamentos desse tipo aumentaram 111%. Já na zona leste, o patamar subiu para 400%.

"Cerca de 70% de nossos imóveis são direcionados para jovens casais ou indivíduos que buscam o primeiro imóvel", conta Eduardo Muszkat, diretor-executivo da construtora You,Inc.

"Em 2007, nós produzíamos mil unidades por ano. Para este ano, a expectativa é de 12 mil. Com a volta do crédito, agora a parcela cabe no bolso", diz Ronaldo Cury, diretor de relações institucionais da construtora Cury.

Os índices de inadimplência também são os mais baixos em 20 anos. "Os casais que financiam seu primeiro imóvel e estão dentro da faixa do SFH (Sistema Financeiro de Habitação) são criteriosos, têm formação superior e uma capacidade maior de avaliação", analisa Flavio Prando, vice-presidente de habitação econômica do Secovi.

A internet também ajuda. "No conforto de casa, essa geração Y pode se informar, comparar e escolher o melhor", diz Klaus Monteiro, diretor de vendas da Rossi.

A escolha, especialmente entre a classe C, está bastante ligada aos laços familiares. "O emprego, hoje, é muito volátil. Um dia eles podem estar trabalhando na zona norte, em outro, na zona sul, mas querem estar próximos da família, que costuma ajudar quando chegam os filhos", conclui o presidente do Secovi.

editoria de arte/folhapress
 

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