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14/05/2012 - 07h05

Infância 'perdida' inspira projetos

LEONARDO CALVANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Logo após o nascimento de Pietra, hoje com um ano e dois meses, a produtora cultural e socióloga Roberta Martinho, 37, sentiu falta de um lugar de confiança onde pudesse deixar sua filha por apenas algumas horas para ir a um compromisso à noite, com o marido ou os amigos.

Ela precisava de um lugar onde a Pietra pudesse brincar com outras crianças e que, além disso, respeitasse seus hábitos educativos e alimentares. "Eu estava brincando com ela quando tive a ideia. Criei a BobBabá, que oferece esse tipo de serviço."

Sua casa é completamente adaptada para crianças. Na sala espaçosa de seu apartamento, na Vila Mariana (zona sul), ficam expostos vários tipos de brinquedos. Tudo é feito para garantir a segurança dos pequenos. "O espaço é gostoso e minha filha adora receber visitas", diz Martinho.

Ela conta que procura conciliar a nova atividade com a profissão de produtora, que desempenha em casa, enquanto a filha está na escola. "Adoro o que faço, mas desde que Pietra nasceu, veio a vontade de desenvolver algo ligado ao universo infantil."

O serviço especial de babysitter é oferecido de segunda à sexta-feira, a partir das 18h. "Pensei em um negócio que seja importante para outras mães e que possibilite, por exemplo, momentos a sós com seus maridos, como sair para jantar ou ir ao cinema", completa.

A artista plástica Natália Brown, 32, do Recife (PE), incomodava-se com a maneira com que sua filha Luisa, 9, estava crescendo, muito diferente do seu tempo de criança. "Eu brincava na rua, no quintal, ia a pé para escola. Hoje, moro em um condomínio onde não há outras crianças. Além disso, se ela for descer para brincar, tenho que acompanhá-la, pois não acho seguro deixá-la sozinha", diz.

Alessandro Shinoda/Folhapress
A produtora cultural Roberta Martinho lançou o serviço que precisava como mãe
A produtora cultural Roberta Martinho lançou o serviço que precisava como mãe

Outro fator que incomodava Brown era que Luisa poderia gastar muito tempo na frente do computador ou da TV. Foi então que decidiu, com outras amigas, criar o projeto Tardes de Quintal, que promove oficinas de arte e brincadeiras antigas, como amarelinha e pique-esconde, no quintal da Galeria MauMau, espaço de cultura alternativa na capital pernambucana.

"A maioria das crianças não tem mais acesso a um quintal para brincar de maneira saudável e lúdica", diz Brown.

Mas nem tudo é encantado na jornada das mães empresárias. Tocar um negócio próprio é também uma espécie de maternidade e conciliar as duas, apesar de as rotinas coincidirem em alguns casos, não é simples.

"Antes de empreender com filhos por perto, é fundamental ter o apoio de pessoas próximas, porque o trabalho será sempre maior do que se imagina. Principalmente no início, quando os recursos são escassos", afirma Daniela Buono. "A empresa será gestada, parida e alimentada como um segundo ou terceiro filho, mas não é um ser humano. É necessário medir constantemente os resultados e planejar os próximos passos. Se não conseguir, vale procurar um mentor ou consultor."

 

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