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22/05/2011 - 07h10

Exportação de pequena e microempresa sobe 62%

MARCOS DE VASCONCELLOS
DE SÃO PAULO

De 2009 para 2010, as micro e pequenas empresas apoiadas pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) apresentaram aumento de 62% no valor exportado -que passou de R$ 2,1 bilhões para R$ 3,4 bilhões.

No mesmo período, as exportações brasileiras foram de R$ 247,9 bilhões para R$ 327 bilhões -o que corresponde a 32% de incremento.

Silvia Zamboni/Folhapress
Mervyn Lowe na feira "educar" ao lado de imagens de software feito por sua empresa
Mervyn Lowe na feira "educar" ao lado de imagens de software feito por sua empresa

Apesar do aumento no valor exportado, o número de micro e pequenas empresas auxiliadas pela Apex no comércio internacional diminuiu de 1.762 para 1.723.

Cliente estrangeiro ajuda a reduzir custo

"O crescimento no valor se deve à melhoria na qualidade dos produtos enviados pelas empresas brasileiras", diz Rogério Bellini, diretor de negócios da Apex-Brasil.

Para o presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro, as sucessivas quedas no valor do dólar têm afastado micro e pequenos empresários da exportação.

Com a moeda brasileira forte, o preço dos itens nacionais perde competitividade em outros mercados.

Castro diz que o número de pequenos empreendimentos que vendem ou operam em outros países tende a diminuir se a estrutura cambial brasileira for mantida.

O medo de perder a fatia de mercado faz com que empresários optem por diminuir a margem de lucro da produção escoada para o exterior.

Espalhados em 17 países, os consumidores dos softwares educativos produzidos pela P3D pagam os mesmos preços de antes da crise econômica mundial, apesar da alta do real frente ao dólar.

A previsão de vendas diminuiu cerca de 15%, segundo o CEO da empresa, Mervyn Lowe, 45. Ele diz ter reduzido a margem de lucro das exportações e que tem "sorte" por fabricar softwares, que têm pouco custo fixo atrelado, como o de matéria-prima.

"É melhor continuar a vender sem ganhar nada e manter a clientela", considera o executivo brasileiro.

Foco agora é no mercado interno

O aquecimento da economia faz com que empresários optem por reduzir exportações de seus produtos ou por adiar a entrada no mercado externo para aproveitar o momento interno.

Foi o caso da Touch Watches, franquia de relógios. O sócio Marcelo Di Giorgio afirma que a expansão para a Itália e a Espanha estava planejada para o segundo semestre de 2010, mas a empresa preferiu aproveitar o aumento de vendas no Brasil.

"Não foi só pela questão cambial mas também pelo desaquecimento do mercado europeu", explica Di Giorgio, que tem hoje 70 franquias.

Empresários precisam ser sensibilizados sobre a necessidade de oferecer produtos e serviços para além das fronteiras do país, afirma a analista de comércio exterior dos Correios (que contam com produtos específicos para micro e pequenas empresas exportadoras) Ana Rosa Atique.

"Há rotatividade grande de pequenas empresas [exportadoras] no Brasil. Elas conseguiriam se sustentar melhor com políticas que garantam a entrada e a permanência no mercado externo", diz.

Uma das opções para quem quer sair do país sem assumir riscos em culturas muito diferentes é o chamado "mercado de fronteira", na avaliação de especialistas.

"Países andinos servem como portas para os mercados asiático e da região leste dos Estados Unidos", afirma Paulo Alvim, gerente de mercado e serviços financeiros do Sebrae (Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

Para o especialista, as empresas que já atuam no exterior não devem considerar voltar a atuar localmente. Segundo ele, o processo de retornar a um país depois de ter atuado nele é mais complexo do que o de ida.

Pedra de vesícula de boi é principal item exportado

No serviço de exportação dos Correios, o principal produto enviado em 2010 chama a atenção: cálculos biliares bovinos.

Cerca de 15% do valor arrecadado pelo Exporta Fácil no último ano vem do item, vendido para o Japão e para a China.

"O produto é usado na indústria farmacêutica oriental e custa R$ 19,50 o grama", diz Hyberville Neto, da Scot Consultoria.

 

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