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30/05/2011 - 07h10

Moeda sustenta lucro de empresa

MARCOS DE VASCONCELLOS
DE SÃO PAULO

Após o aumento vertiginoso do número de sites de compras coletivas, uma onda de negócios pela internet dá sinais de nova tendência: os leilões de centavo.

São empresas virtuais de venda de produtos por lances -as ofertas devem ser de um centavo por vez. Há 50 dessas empresas com CNPJ, segundo levantamento feito pelo site Vigilante dos Leilões.

Segundo o dono do site, o analista de sistemas Marcio Maruyama, 39, outras cem operam sem registro.

Ele passou a coletar informações sobre o modelo de negócio em 2009. A partir desse ano, acompanhou o surgimento -e o encerramento- de dezenas de empresas.

Modelos de site de leilão podem ser encontrados à venda na rede por cerca de R$ 50. "Como ficou muito fácil botar um site no ar, muita gente entra sem preparo em um mercado competitivo", considera Maruyama.

Alessandro Shinoda/Folhapress
Sócio da Magnatta, Fernando Gouvea, 27, na empresa
Sócio da Magnatta, Fernando Gouvea, 27, na empresa

Para Gerson Rolim, consultor da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, o crescimento dos negócios de leilão segue os mesmos passos do aumento dos de compras coletivas. "É a segunda onda do tsunami. [A das] compras coletivas inundou até prédios mais altos. A segunda é mais fraca, mas tem o mesmo perfil", compara Rolim.

Nesses leilões de centavos, o usuário paga um valor entre R$ 0,50 e R$ 1 por lance, independentemente de ganhar ou não o leilão. Um produto arrematado por R$ 10, por exemplo, recebeu mil lances. Se cada oferta foi vendida a R$ 1, o site recebeu R$ 1.010 pelo artigo leiloado.

"A rentabilidade dos sites depende do tíquete médio dos usuários -quantos lances eles dão- e de quantos usuários ativos você tem", afirma Fernando Gouvea, 27, sócio do site de leilões Magnatta, lançado em fevereiro.

Por isso, a escolha do produto -que deve ser atrativo- e da forma de divulgação deve ser clara e bem estruturada para não acarretar prejuízo aos empreendedores.
Gouvea e seus sócios investiram R$ 500 mil na criação do site. O faturamento no primeiro mês foi de R$ 100 mil, com 5.000 usuários ativos.

O site Se Liga no Lance foi comprado por Fábio Vilardo, 38, e um sócio há dois meses por R$ 60 mil. Segundo Vilardo, a preocupação com segurança é grande. "Ataques de hackers podem tirar a página do ar e boicotar lances de outros usuários."

Moeda sustenta lucro de empresa

A falta de legislação e regulamentação para definir o funcionamento dos leilões on-line faz com que os empresários que apostam no negócio corram o risco de a atividade tornar-se ilegal.

Foi o que aconteceu com os antigos "leilões de menor preço único", nos quais a oferta vencedora era a de menor valor que tivesse sido feita por uma só pessoa. Eles foram proibidos depois de serem classificados como jogos de azar.

O que diferencia leilões de centavo desses jogos, dizem especialistas, é que, no primeiro, o cliente depende de dinheiro, e não de sorte, para arrematar produtos.

"No caso do leilão de centavo, o consumidor pode sempre dar mais um lance se quiser ganhar", explica Guilherme Pizzini, diretor do site Olho no Click.

Advogado especialista em direito digital, Leandro Bissoli, do escritório Patricia Peck Pinheiro Advogados, diz que, para prevenir problemas judiciais, os sites devem expor ao usuário o funcionamento da disputa.

 

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