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14/09/2011 - 07h15

Chefes "linha dura" têm mais poder, diz estudo

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

A chef Célia Pessoa trabalha com oito homens. Ela diz ser muito receptiva e que costuma se sentar para almoçar com os seus empregados.

Mas também relata que dá broncas em que olha firmemente para os funcionários, para eles "abaixarem a cabeça e respeitarem".

"Se eles começam a falar sobre mulher na minha frente ou dizem palavrão, já encaro no fundo dos olhos. Eles sentem medo, com certeza. É o único jeito."

Pessoa diz que uma vez um cozinheiro bebeu durante o trabalho. Ela botou o dedo no peito do empregado e ordenou que ele saísse na hora. "Ele voltou no dia seguinte, pedindo desculpas", completa.

O estilo "linha dura" de Pessoa traz resultados, segundo um estudo dos pesquisadores Batia M. Wiesenfeld, Naomi B. Rothman, Sara L. Wheeler-Smith e Adam D. Galinsky publicado na revista Harvard Business Review (veja a reportagem, em inglês).

EXPERIMENTO

Os autores fizeram uma experiência com alunos. Cada um testemunhou um diálogo entre um administrador e um empregado. Eram dois tipos de conversa: em uma o chefe era rude, e na outra, gentil.

Em seguida, os alunos completavam uma tarefa com o administrador que tinham visto. No fim, era pedido a eles que dessem uma nota ao líder. O "rude" era constantemente mais bem avaliado do que o "gentil".

O estudo conclui que os líderes cujo estilo é mais baseado no respeito podem ganhar poder. Mas nem sempre essa é a melhor estratégia.

SANFONA

O executivo Roberto Meir, hoje publisher do Grupo Padrão, diz acreditar que o ideal é intercalar decisões "linha dura" com outras mais "amenas".

Ele relata um caso de quando trabalhava numa fábrica de pneus. Um funcionário estava fraudando resultados. O empregado deveria se aposentar em pouco tempo. Meir conta que foi muito duro.

"Assumi a demissão, e ele foi demitido por justa causa. Todo mundo entendeu o recado. Promovi um outro funcionário, o departamento melhorou e tive mais credibilidade perante os outros colegas da empresa", diz.

Meir diz que também tenta se mostrar acessível e companheiro dos empregados. "É a mesma coisa com um filho: deve ser criado com liberdade ou autoridade? A melhor solução é a 'sanfona' --abre e fecha."

 

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